As duas maiores cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, têm abordagens distintas para os serviços de transporte por aplicativo. Enquanto os riscos associados à vulnerabilidade da moto levaram São Paulo a proibir o serviço, o Rio de Janeiro quer que as plataformas uniformizem suas regras e apertem o cerco contra infrações de trânsito dos motociclistas.

Desde 2025, a prefeitura de São Paulo e as plataformas de aplicativos têm travado uma disputa judicial sobre a permissão do serviço na cidade. Na cidade do Rio de Janeiro, por outro lado, a prefeitura assinou um termo de cooperação com as principais plataformas de entregas e transporte para ter acesso aos dados, mapear os pontos críticos e propor um nivelamento das regras.

O perfil mais comum entre as vítimas de acidentes de motocicleta é homem, jovem de 23 a 33 anos e morador de comunidades. Segundo o Atlas da Violência 2025, 'o usuário da motocicleta é, atualmente, a maior vítima dos sinistros de trânsito no Brasil'.

Para o técnico de pesquisa e planejamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e doutor em engenharia de trânsito Erivelton Guedes, a disseminação dos serviços de transporte de passageiros por motociclistas de aplicativos é uma tragédia anunciada e sua regulamentação não deveria ser considerada pelas autoridades pelos riscos para a saúde que ela representa.